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Você já deve ter visto muitos viajantes falando sobre o melhor de Bali antes de que pudesse ver você mesmo: praias douradas, vida noturna badalada e resorts maravilhosos à beira-mar. Mas além do pandemônio de turistas e templos imperdíveis, está uma terra mística rodeada por vulcões ativos e paraísos inexplorados para descansar e apreciar.

A seguir, Naz Rasmussen, ex-morador de Bali e viajante compulsivo, compartilha dicas incríveis sobre esse hit do sudeste asiático.

Um poquinho da história de Bali

A Ilha dos Deuses foi catapultada à fama internacional na década de 1920, quando a Royal Dutch Steam Packet Company levou turistas para conhecer as artes e a cultura local. Artistas como Charlie Chaplin e Miguel Covarrubia logo começaram a aportar por lá, destacando a imagem de Bali como um renomado ponto cultural.

Mais recentemente, tornou-se conhecido por sua badalada cena de startups, muito por causa de espaços inovadores de trabalho compartilhado como Hubud (“Hub-in-Ubud”), criado para acomodar o grande fluxo de exploradores do século 21: os nômades digitais modernos.

Das mais de 17.000 ilhas que formam a Indonésia, Bali é uma das poucas que conseguiu preservar seu Hinduísmo enquanto o resto do país adotava o Islamismo. Nos anos 1970, apenas duas décadas depois da Indonésia tornar-se independente da Holanda, o governo passou a investir no crescente turismo em Bali.

Isso, no entanto, não tirou seu charme e autenticidade, e muitos visitantes atribuem a hospitalidade balinesa e a cultura relaxada como principais fatores que tornam a ilha tão acessível. O turismo parece ter se misturado discretamente com a vida familiar balinesa que gira em torno de práticas Hindu, e cerimônias e rituais de dança, tal qual o Legong.

Vistando Bali

Vale pensar no tipo de experiência que você procura antes de planejar uma viagem para Bali. Sonha em voar de parapente sobre as praias cheias de corais ou fazer rapel nas selvas do norte do país? Ou talvez a sua pedida é fazer compras e provar ao máximo da cozinha experimental pelo sul? A boa notícia é que você pode aproveitar do (pequeno) tamanho de Bali e vivenciar o máximo desse país em não mais do que duas semanas.

Quer fazer uso de um “luxo acessível” e ao mesmo tempo sentir a vida familiar dos balineses? Sorte sua, pois a principal alternativa de hospedagem em Bali é a “homestay”. São villas familiares comparáveis a hotéis 3 estrelas, que oferecem mais privacidade se estiver viajando com família ou um grupo. É também uma ótima maneira de vivenciar de perto o cotidiano de Bali e as tradições familiares.

Os chiques e famosos da costa oeste

Seminyak

Escondida na costa oeste está a linda cidade de Seminyak, ainda que bem perto ao sul esteja sua vizinha bem mais lotada, Kuta. Seminyak oferece opções sofisticadas de gastronomia e também fast-food ocidentais, todas em meio a interiores ultramodernos. Seus principais bares e restaurantes ficam em uma das pontas, a Jalan Petitenget, o que facilita um dia de visitas.

É também onde você encontra o clube Potato Head, um dos pontos de lazer mais populares de Bali. Moradores abastados e turistas reúnem-se para tomar coquetéis elegantes na piscina infinita ou dar um mergulho no mar. Vale o investimento para provar um pouco da cultura local de praia/clubes.

Dica de hotel: The Mesaribali Homestay [diárias a partir de 300.000 IDR (R$ 72)

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Canggu

Canggu é para Bali o que Brooklyn é, ou o que veio a ser, para Nova York: hip e artesanal. Enquanto Seminyak e Kuta podem ser um tanto desordeiras e barulhentas, Canggu tem uma vibe relaxada de surfista. É mais difícil se locomover por lá, talvez seja essa a razão de estar longe da rota óbvia dos turistas – você precisa de uma lambreta, de um motorista ou um carro alugado.

Rodeada por encantadores e imensos arrozais, a cidade é conhecida pelas ondas ideais para surfistas principiantes encontradas na praia de Batu Bolong. Continua a atrair inúmeros fotógrafos de moda, desenvolvedores de tecnologia e adeptos de ioga. Para encontrar moradores e visitantes, siga para a praia de Berawa, onde você encontrará jovens indonésios em fila para aprender a surfar.

Dica de hotel: Brekele Brawawa Beach House [diárias a partir de 250.000 IDR (R$ 60)

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Para uma experiência mais privada e exclusiva, escolha a praia de Kedungu. Quando o sol se põe, não deixe de passar no Old Man’s (ao lado da praia) para um gostinho do cotidiano local: beer pong, gente bonita e uma brisa marinha irresistível.

O local fica especialmente interessante aos domingos, no centro comunitário Deus Ex Machina, que também funciona como o a melhor point para ouvir música ao vivo com artistas locais e internacionais. O fim de semana termina com dança no alto de um rochedo, no Sand Bar, com uma vista espetacular das ondas de até três metros de altura batendo contra as pedras.

Dica de hotel: Kubu Kedungu [diárias a partir de 697.000 IDR (R$ 168)]

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A natureza do norte

Muitos visitantes surpreendem-se com o quão magnífica a natureza se estende para além das margens do típico cartão-postal de Bali, e como é acessível vê-la de perto. Os fãs de cachoeiras não podem perder a pouco visitada mas maravilhosa cachoeira dupla Aling-Aling, de 35 metros. A rara queda d’água criou um tobogã natural para os corajosos escorregarem. Se não quiser ir até lá na sua scooter, é fácil arranjar um motorista para levá-lo.

Outro local imperdível, especialmente para fotógrafos e os que adoram caminhadas, é o alto do Monte Batur e seu amanhecer espetacular. A maioria dos hotéis e homestays providenciam transporte até o local. Mas prepare-se: você vai ter que acordar por volta da 1h da madrugada, e a caminhada dura cerca de 5 horas, culminando com o sol nascendo e criando uma vista deslumbrante do vulcão de Bali, o Monte Agung.

Dica de hotel: Lakeside Cottages [diárias a partir de 348.000 IDR (R$ 84)]

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Comer, rezar e mergulhar fundo em Ubud

Visitar Ubud, a cidade mais rica de Bali e lar de muitos artistas e místicos, parece como adentrar uma zona de crepúsculo. Apesar das inúmeras lojas que atendem os turistas que seguem o clichê “Comer, Rezar, Amar”, há também um honesto foco no bem-estar que deixa uma marca indelével nos visitantes.

A oferta é abundante: aulas de yoga e outros serviços terapêuticos, uma impressionante concentração de cozinha vegetariana gourmet, e um forte foco em prédios e serviços inovadores. Os premiados espaços compartilhados de trabalho surgiram nos anos recentes para facilitar os que decidem ficar em Ubud por longas temporadas. Ubud tem até um clube escondido no meio da selva: o Jungle Fish, ótimo para nadar e ler um livro rodeado de belas paisagens tropicais.

Onde ficar em Ubud

Construída no início de 2016, Bisma Eight é um hotel boutique minimalista com um DNA tipicamente ubudiano. Para uma experiência luxuosa em um dos endereços mais cobiçados de Ubud, esse é o local indicado [diárias a partir de 2.736.000 (R$ 657)].

Para acomodações intermediárias, no centro Ubud estão os Merthaya 2 Bungalows, a poucos minutos da famosa Yoga Barn e do restaurante orgânico Kafe. Essa aconchegante homestay familiar com piscina está quase sempre lotada, então não esqueça de reservar com antecedência [diárias a partir de 365.000 (R$ 88)].

Onde comer em Ubud

Para uma cidade relativamente pequena, Ubud esbanja maravilhas gastronômicas. La Pacha Mama é o primeiro restaurante mexicano vegetariano de Bali, idealizado pelo premiado arquiteto Alexis Dornier. O restaurante a céu aberto no vilarejo de Penestanan possui uma cobertura e homenageia a famosa Acapulco.

Outra dica é o Eco Swiss Cottages no charmoso bairro de Nyuh Kuning. Lá você poderá provar vegetais frescos orgânicos colhidos do próprio jardim enquanto relaxa nos bangalôs à beira da piscina. Para ver uma das mais lindas vistas de Ubud, visite o bistrô francês Elephant Café, no alto da Campuhan Ridge e passe uma tarde inesquecível.

Quando ir a Bali

Sempre há muito o que fazer em Bali. Quando visitar a ilha, lembre-se que muitos moradores dependem do turismo. Várias novas iniciativas fazem sua parte dando um retorno à comunidade, e vale planejar sua viagem em torno de algumas delas. O Bali Spirit Festival é um festival cultural de yoga que acontece todo mês de março. Ubud Readers and Writers Festival é o maior festival do sudeste asiático dedicado aos direitos humanos e acontece todo mês de outubro. E os gourmets de plantão vão adorar o Ubud Food Festival, no mês de maio.

Quanto à temida temporada de chuvas, a boa notícia é que não é de todo mau em Bali. Mas claro que ainda trata-se dos Trópicos, portanto se noites chuvosas não são do seu agrado, tente evitar viajar entre janeiro e abril, e nos meses de outubro e novembro. Quando estiver em Bali – e quando avistar aqueles fantásticos campos de arroz – a chance de você querer ficar mais tempo que o planejado será altíssima. Nesse caso, lembre-se do limite de 30 dias do visto que você recebe na chegada. Para evitar problemas com as autoridades, não deixe de perguntar na imigração quais regras aplicam-se ao seu passaporte, caso queira uma extensão de visto.

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Sobre o autor

Stine Gjevnøe SørensenViciada em chá, apaixonada pelo Natal e escritora modesta – essa é Stine, Content Manager (Gerente de Conteúdo) da momondo. Ela pode ser vista comumente em aulas de ioga, lendo a fundo sobre notícias do mundo, ou devorando alguma nova série do Netflix. Isso tudo, claro, quando não está por aí explorando a Europa, América do Sul ou sudeste da Ásia.

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