Fãs de bons vinhos e de paisagens repletas de montanhas e colinas vão se encantar com o Vale dos Vinhedos, uma das regiões mais bonitas, agradáveis e, por que não, deliciosas do sul do Brasil.
A área de cerca de 80 km² da Serra Gaúcha abrange os municípios de Bento Gonçalves (60%), Garibaldi (33%) e Monte Belo do Sul (7%) e conta com algumas das marcas mais celebradas da indústria de vinhos do Brasil.
No Vale também está representado todo o legado histórico, cultural e gastronômico deixado pelos imigrantes italianos que chegaram à região em 1875. As pequenas propriedades rurais dividem espaço com vinícolas de diferentes portes, desde cantinas familiares, boutiques e grandes empresas e seus parceiros internacionais.
Os vinhos do Vale dos Vinhedos são os únicos no Brasil a deterem Denominação de Origem, e a região foi a primeira no país a ser reconhecida como Indicação Geográfica. E a boa notícia é os visitantes podem ver e provar isso tudo de perto. Grande parte das vinícolas é aberta à visitação o ano todo, com opções de degustações guiadas – que variam de zero a R$ 90 – e serviços extras como jantares harmonizados, eventos temáticos e até hospedagem.
Como chegar ao Vale dos Vinhedos
Várias agências de turismo oferecem pacotes e excursões para a região, o que facilita no caso de todos os integrantes do grupo quiserem provar dos vinhos oferecidos nas propriedades. Outra maneira confortável – desde que haja sempre um motorista que não beba – é alugar um carro em Porto Alegre e percorrer de forma independente o percurso entre as cidades e vinícolas.
Da capital, são cerca de 112km até Garibaldi, 122km até Bento Gonçalves e 133km até Monte Belo do Sul.
Uma opção divertida de interligação entre as cidades do Vale dos Vinhedos é fazer o passeio de Maria Fumaça. A viagem de duas horas sai de Bento Gonçalves em direção à cidade de Carlos Barbosa (e vice-versa), com parada em Garibaldi. No caminho, há degustação de vinhos, apresentação de grupos folclóricos dentro dos vagões e na chegada aos destinos. Os passeios acontecem de quarta a domingo (em janeiro, julho, novembro e dezembro, há saídas todos os dias) e é necessário fazer reserva.
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As cidades e vinícolas do Vale dos Vinhedos
A seguir, a gente destaca algumas das vinícolas encontradas em cada um dos três municípios. Para uma lista completa, a dica é acessar o site oficial do Vale dos Vinhedos.
Bento Gonçalves
Em Bento Gonçalves, município de menos de 100 mil habitantes, está aquela que é considerada a principal rota do vinho, a RS 444. Nela estão a maioria das vinícolas e hotéis famosos, como o Angheben (km 4), Almaúnica (km 17,35), Don Laurindo (km 18,9), Lidio Carraro (km 21), Cave de Pedra (km 21), Miolo (km 21) e Pizzato (km 24).
Outra estrada com boas vinícolas, mais tranquila e até mais bonita, é a Linha Leopoldina/Via Trento. Lá, pode-se encontrar vinícolas como Larentis, Marco Luigi, Peculiare e a Casa Valduga – onde está o primeiro complexo enoturístico do Brasil, com restaurante, pousada e a maior cave subterrânea da América Latina, com 6 milhões de garrafas.
Espere provar tipos maravilhosos de vinhos por lá, incluindo Malbec, Ancellotta, Cabernet Sauvignon, Merlot. Barbera, Teroldego, Syrah, Chardonnay, Tannat e espumantes variados.
Outro local bacana para visitar é o Vivatto Parque, que ocupa uma casa centenária típica italiana que foi restaurada e abriga lojas, restaurantes e espaços temáticos. Há uma área externa com mesas e guarda-sóis para apreciar a paisagem de mata nativa e as ruínas da primeira capela da região, datada de 1876.
Garibaldi
O nome vem da homenagem ao herói farroupilha Giuseppe Garibaldi, e o apelido de Capital do Espumante vem da alta quantidade e qualidade da produção de vinhos espumantes no Brasil. Garibaldi é uma das cidades mais tipicamente italianas da região, ideal conhecer mais sobre as influências (incluindo as gastronômicas) daquele país.
Mas a atração principal, claro, são os espumantes, que brilham por lá desde 1913, quando foi elaborado o primeiro espumante brasileiro. A famosa Rota dos Espumantes leva os visitantes por um roteiro de 20 vinícolas, para acompanhar as técnicas de elaboração charmat e champenoise, participar do processo de engarrafamento e aprender a degustar a refinada bebida.
Destaque, claro, para a Moët & Chandon, a empresa da região francesa de Champagne, que instalou sua adega na Serra Gaúcha, e dedicou-se a harmonizar vinhos de diversas variedades de uvas, como Chardonnay, Pinot Noir e Riesling.
Além de visitar a Chandon (RSC 470, km 224), a rota passa por estabelecimentos como Peterlongo (Rua Manuel Peterlongo Filho), Cooperativa Garibaldi (Avenida Independência), Courmayeur (Garibaldina), Adega Chesini (Villa Rica) e Casa Pedrucci (Presidente Soares).
Monte Belo do Sul
Por mais de um século fornecendo uvas para vinícolas tradicionais de Bento Gonçalves, os produtores do pequeno município Monte Belo do Sul lançaram recentemente seus próprios rótulos de vinhos finos e espumantes.
É a merecida coroação de uma região totalmente dedicada à produção de uvas e vinhos. São 56 km2 com cerca de 600 propriedades vitícolas e 11 vinícolas, todas de pequeno porte. A região tem a maior produção de uvas finas per capita de toda a América Latina, com 16 toneladas ao ano.
Para quem quer se sentir na Itália, Monte Belo é orgulhosa de sua forte imigração vinda de regiões como Piemonte, Lombardia, Trento e Vêneto. Nada melhor então do que apreciar a linda paisagem e visitar vinícolas como Calza Júnior, Faé e Fantin, todas com selo de certificação de origem.
Roteiros cultural e gastronômico pelo Vale dos Vinhedos
Além do roteiro enológico, que passa por mais de 30 vinícolas do Vale dos Vinhedos, o visitante pode explorar duas outras rotas focando na cultura e gastronomia típicos da região.
Um roteiro cultural engloba os aspectos culturais que moldaram os costumes e tradições ainda mantidas nas cidades do Vale. Das festas comemorativas ao artesanato e produtos coloniais, passando pelas igrejas e capitéis ao longo das vias, vale a pena visitar locais como o Memorial da Famiglia Tasca, o Atelier Refúgio da Colina e o Engenho do Vale.
Já a rota gastronômica foca nos melhores restaurantes, bistrôs e casas coloniais que capricham na mesa farta e nos produtos típicos que incluem, claro, os vinhos locais. Tanto a gastronomia italiana colonial quanto a contemporânea vão deleitar os visitantes com seus sucos, grostolis, chimias, cucas, queijos, geleias, embutidos, biscoitos, doces e outras delícias.