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A Chapada Diamantina é considerada uma “meca” por quem gosta de caminhar pela natureza. Ela abriga uma variedade enorme de roteiros, que vão desde horas de caminhadas até dias. E o destaque não fica apenas na quantidade, mas também na qualidade. As paisagens são incríveis e sempre existe uma recompensa depois do esforço, seja um visual, uma cachoeira, ou várias delas.

Está pensando em ir para a Chapada Diamantina e gosta de caminhar? O Desviantes Aventuras alerta: prepare as pernas e os olhos para conhecer estas cinco trilhas que são ícones da Chapada e do Brasil.

1. Vale do Pati

O trekking do Vale do Pati é o mais famoso da Chapada Diamantina. E cai entre nós, a fama é merecida. A quantidade de atrativos somada a belíssimas paisagens e o contato com os nativos tornam essa caminhada uma experiência completa. É sempre difícil categorizar trilhas quando o critério é beleza, mas o trekking do Vale do Pati é considerado o mais bonito do Brasil e se você for até lá, vai ficar difícil não concordar.

A caminhada é na realidade uma travessia que pode ser realizada com diversas variações de roteiro. Tudo depende do seu tempo e disposição. Existem roteiros de 3 a 6 dias de caminhada e o acesso pode ser feito pelas cidades e vilas do Vale do Capão, Guiné e Andaraí, sendo o primeiro o mais utilizado.

A recomendação é começar pelo Vale do Capão, nessa direção o percurso é menos íngreme. Outra dica é tentar fazer o percurso completo. Separe entre 5 e 6 dias para a caminhada e faça uma imersão na Chapada. A vantagem de fazer o percurso completo é que você irá até a Cachoeira do Buracão, um cânion de três metros de largura e 90 de altura, por onde corre um rio que despenca em uma queda de 85 metros. Não é incrível?

Não se preocupe quanto a hospedagem. Nos pontos inicial e final você terá opções de pousadas e durante o percurso o pernoite é feito na casa dos nativos do vale. Essa talvez seja a experiência mais enriquecedora. Conviver lado a lado com o jeito simples e natural dos moradores locais é uma grande troca cultural.

2. Subida ao Morro do Pai Inácio

Ir a Chapada Diamantina e não subir o Morro do Pai Inácio é como ir ao Rio de Janeiro e não ter a vista do Corcovado. O visual do Morro do Pai Inácio é o principal cartão postal da Chapada. Se você já pesquisou sobre o local antes, a chance de ter se deparado com a paisagem acima é grande.

A caminhada é bem curta, mas o visual é grande. Lá de cima, no cume, a vista é de 360 graus. Dos seus 1.240 metros de altitude é possível ver o Morro do Camelo, o Vale do Capão e o Morrão, formações rochosas ícones da Chapada Diamantina. Para deixar a experiência ainda mais fascinante, procure visitar o lugar no fim da tarde. A vista fica maravilhosa no momento do pôr do sol e você vai ficar em dúvida se tira fotos ou simplesmente observa o espetáculo da natureza.

O caminho até o Morro do Pai Inácio é de fácil acesso. O início da trilha fica nas margens da rodovia BR-242, que liga Lençóis a Seabra, e está a 26 km de Lençóis. O percurso da trilha é íngreme, mas bem curtinho. São aproximadamente 300 metros até o topo. A subida é cansativa, mas é só engatar a primeira marcha e logo você estará lá em cima de um dos morrões da Chapada Diamantina.

3. Cachoeira da Fumaça por cima e por baixo

A Cachoeira da Fumaça é a segunda maior do Brasil, com 340 metros de altura. Você já se imaginou de frente com uma gigante dessas? Ela é tão grande que as suas águas são carregadas pelo vento durante a queda, formando uma cortina de água muito fina, que se dispersa pelo ar feito fumaça. Nenhuma dúvida que esse seja o motivo da origem do seu nome.

Com tamanha altura, você pode curtir o visual da Fumaça de duas formas: visão de cima e visão de baixo. A visão de cima é a mais recomendada, caso você não tenha experiência em trekking ou esteja com poucos dias para aproveitar a Chapada. O acesso por cima é feito por 2 horas de translado até o início da trilha e depois mais 2 horas de caminhada para chegar ao topo da queda. A vista de cima é impressionante. Você pode se debruçar em uma pedra, que avança para fora do paredão, o estilo do filme “Rei Leão”, e avistar a enorme cachoeira caindo logo abaixo e seguindo pelo vale. A trilha tem ao todo 12 km (ida e volta), sendo 2 km de relevo íngreme.

Caso você seja um aventureiro, tenha experiência com trekking e camping, então vai querer conferir a vista lá de baixo da queda. Mas se prepare, são 3 dias de caminhada, com trechos técnicos e somando ao todo 36 km. Os pernoites são feitos em barracas no meio da mata e isso confere a sensação de imersão no universo da Chapada. Quem fez aprova. O esforço se recompensa pela visão de dentro do Vale da Capivara e os diversos banhos de cachoeira durante o percurso.

4. Travessia da Gruta do Lapão

A Chapada Diamantina é mesmo uma terra de gigantes. A Gruta do Lapão é considerada a segunda maior gruta de Quartzito do Brasil. Ela tem 1.000 m de extensão, cerca de 10 m de largura e sua boca tem uma entrada de 60 m de altura. O interior da gruta é cortado de ponta a ponta pelo Rio Lapão. Por causa do rio, a dica aqui é fazer a visitação durante os meses de seca (março a dezembro). Nos períodos de chuva o rio cresce de volume e o passeio torna-se inviável.

A trilha para a Gruta do Lapão começa em Lençóis e tem ao todo 11 km (ida e volta). Não é um percurso difícil, mas você vai precisar do acompanhamento de um guia com equipamentos adequados, principalmente para poder caminhar com segurança no interior da gruta. A travessia lá dentro pode durar até duas horas, se você quiser aproveitar para conhecer todos os salões e principais galerias. No meio do passeio, não se esqueça de fazer um apagão. Isso mesmo, apague todas as luzes por alguns segundos e aguce os sentidos para notar sons, cheiros e sensações do interior da caverna.

Mais uma vez, tem uma opção extra para os mais aventureiros. Se você gosta de ir além, pode adicionar no roteiro uma descida de rapel na boca do Lapão. Empresas locais oferecem essa atividade. A descida tem 50 metros em negativo, ou seja, você não tem trechos de apoio para os pés. Depois da aventura, pode ir relaxar nas quedas formadas pelas águas do Rio Lapão.

5. Cachoeira do Sossego

A trilha para a Cachoeira do Sossego tem 7 km de extensão (apenas ida) e você vai demorar em torno de 2 horas e meia entre Lençóis e a queda. A cachoeira não é das mais altas, tem 30 metros de altura, mas o interessante disso tudo, é que a queda d’água fica dentro de um cânion, o Cânion do Ribeirão.

O poção da Cachoeira do Sossego é grande e se você for bom nadador e estiver acompanhado do guia, precisa conferir o visual atrás da queda. É possível ficar bem atrás e assistir a cortina de água descendo ali na sua frente.

Na volta tem mais para aproveitar. Um tobogã natural gigante te espera no Ribeirão do Meio. As águas são tranquilas e ótimas para relaxar.

A trilha é de nível moderado, com trechos de caminhada no leito do rio e com muita pedra.  É importante ir devagar e assim também aproveitar para prestar atenção nas belezas guardadas no interior do cânion.

Lençóis é a principal porta de entrada para a Chapada e a cidade base de todas as caminhadas selecionadas. Leve isso em consideração na hora de escolher sua acomodação. Mas lembre-se, existem dezenas de outros roteiros possíveis e vale a pena se programar para conhecer outras cidades e vilas para otimizar a sua estadia.

Pousadas na Chapada Diamantina

Gostou das dicas para caminhar e conhecer as inúmeras atrações da Chapada Diamantina? Na seção da Chapada Diamantina do Desviantes, você pode encontrar mais dicas e sugestões de roteiros por lá.

Sobre o autor

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