UNESCO é uma agência especializada das Nações Unidas que contribui para criar paz, desenvolvimento sustentável e diálogo intercultural através da educação e da cultura. Também é responsável pela Lista de Patrimônios da Humanidade, um grupo de lugares pelo mundo com espetaculares significados natural e cultural.
Atualmente, existem 203 lugares naturais na Lista de Patrimônios da Humanidade, cada um com um misto de beleza natural, biológica e geológica, que também evidenciam partes importantes da História da Terra e a passagem da vida. A seguir, a gente seleciona 15 dos mais bonitos Patrimônios Naturais da UNESCO, de florestas tropicais a desertos, de sistemas de cavernas a vulcões.
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Costa Jurássica – Dorset e East Devon, Reino Unido
Se quiser ver de perto um cenário dos romances de Jane Austen, as costas de Dorset e East Devon são o lugar perfeito – também conhecida como a Costa Jurássica. A imensa extensão à beira-mar consiste em impressionantes formações rochosas, praias cobertas de fósseis de dinossauros primitivos, baías tranquilas, muito verde e vilarejos românticos.
Uma das atrações naturais mais famosas é o arco de calcário Durdle Door. As camadas das pedras são quase verticais saindo do mar, fazendo dele uma maravilha da geologia.
E que tal um souvenir único? Saia em uma caça aos fósseis na praia de Charmouth e leve pra casa o pedacinho de história natural que encontrar.
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Arquipélago de Revillagigedo, México
O Arquipélago de Revillagigedo, o grupo de quatro ilhas vulcânicas no Oceano Pacífico, entrou na lista de Patrimônios da Humanidade da UNESCO em 2016.
Localizadas a oeste do México, as quatro ilhas não mostram qualquer signal de vida humana antes de serem descobertas pelos exploradores espanhóis no século 16. Às vezes chamadas de “as pequenas Galápagos” do México, as ilhas são conhecidas por terem um ecossistema único que atrai cientistas e exporadores do mundo todo.
Ainda que não haja infraestrutura para turistas, os viajantes mais curiosos velejam por lá com tours guiados para descobrir a flora e fauna diversas e a topografia das ilhas. O mar ao redor das ilhas é popular entre os mergulhadores, que podem interagir com arraias-manta gigantes, tubarões e golfinhos.
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Trópicos Úmidos de Queensland, Austrália
Ainda que ocupem apenas 1% do território da Austrália, os Trópicos Úmidos de Queensland, com seu terreno irregular, desfiladeiros profundos, rios e cachoeiras, formam uma das florestas tropicais mais espetaculares do mundo.
Estendendo-se pela costa nordeste da Austrália, a floresta contém inúmeras plantas e espécies de animais raras, que mostram um registro completo da evolução da vida vegetal no planeta. Caminhe pelos Wet Tropics e veja mais de 90 tipos de orquídeas, ouça o som de pássaros encontrados somente lá, como o papagaio-rei australiano, ou mergulhe em uma das tantas piscinas naturais do local.
Santuários do Panda-gigante em Sichuan, China
No meio da província de Sichuan, no sudoeste da China, e rodeados por imensos parques e montanhas nevadas, vive um dos mais ilustres e adorados moradores da China: o urso-panda. A espécie em extinção tem 30% de sua população morando nos Santuários do Panda-gigante de Sichuan.
Eles raramente são vistos soltos, mas na Reserva Natural Nacional de Wolong, um dos mais importantes centros de criação do país, você encontra 150 deles. Você poderá ver pandas em todas as etapas de suas vidas, dos minúsculos filhotinhos até pandas adultos, que passam a maior parte do tempo dormindo e comendo bambu.
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Cavernas de Aggtelek Karst e Slovak Karst, Hungria/Eslováquia
Ao longo da fronteira da Hungria com a Eslováquia, as 712 cavernas de Aggtelek Karst e Slovak Karst formam os maiores sistemas cavernosos da Europa Central. Essas cavernas destacam-se pela diversidade de suas estruturas e habitats, e formaram-se há dezenas de milhões de anos.
Entre as mais importantes, está o complexo de Baradla-Domica, que se estende por 25 km entre os dois países. O mundo subterrâneo inclui, dentre tantas maravilhas, um domo com acústica sensacional, onde o visitante pode ter momentos incríveis ouvindo música clássica.
Também vale citar a Caverna de Gelo Dobšinská, repleta de impressionantes formações de gelo, como cascatas de gelo, estalagmites e geleiras.
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Floresta de Białowieża, Polônia/Belarus
A Floresta Białowieża, que se estende pela Belarus e Polônia, está entre as últimas florestas primárias do mundo. Grandes partes da floresta permaneceram intocadas por séculos, e hoje sediam uma flora e fauna variadas, misturando vegetação antiga e recente. Carvalhos antigos crescem em diâmetro todos os anos, e alguns até recebem nome próprio, como o Grande Mamamuszi e o agonizante Rei de Nieznanowo. Com suas hordas de lobos, os assobios das corujas, os gritos dos alces e os urros dos veados, a floresta de 8.000 anos sedia mais bisões europeus, o equivalente a 25% da população mundial. Se quiser ter um “gostinho” da floresta, literalmente, prove a famosa vodca Żubrówka, que contém erva de bisão cultivada por lá.
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Deserto de Lut, Irã
Outra novidade da lista de Patrimônios da UNESCO, o Deserto de Lut fica no sudeste do Irã, e é considerado um dos lugares mais quentes e secos do mundo. A temperatura registrada por lá já chegou a exorbitantes 70oC.
Além do calor e da terra escaldantes, os desertos também têm diversidade, e o Lut é um bom exemplo. A parte leste do deserto é coberta de salinas que brilham sob o sol; o centro é decorado por cristas paralelas e sulcos espculpidos pelo velho; e o sudeste consiste em uma imensa área de dunas e mares de areia.
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Monte Etna, Itália
Maior vulcão ativo da Europa, o Monte Etna é uma colossal presença na costa leste da Sicília. São cerca de 200 erupções documentadas desde 1500 a.C. Ao caminhar ao redor da área do vulcão, percebe-se misteriosas trilhas de lava quente deixadas pelo tempo: de correntes recentes que queimam tudo à volta, às formações rochosas de erupções antigas, hoje cobertas de pinhos e bétulas. A melhor época para visitar é durante as erupções – mas não se preocupe: você vai apreciar o espetáculo bem longe das crateras, estando ao mesmo seguro mas com uma vista absolutamente inesquecível. Tais erupções, aliás, são tão incríveis quanto irregulares e imprevisíveis, então é bom estar um tanto flexível quanto a isso.
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Fiordes de Geiranger e Nærøy, Noruega
Os fiordes do oeste da Noruega são considerados alguns dos lugares mais únicos do planeta, e quem os visita tem mesmo a visão questionada, de tão surreal que tamanha beleza lhes parece.
A nordeste de Bergen, os fiordes de Geiranger e Nærøy, estão 120km distantes um do do outro, e são dois dos maiores e mais profundos do mundo. O cenário inclui penhascos de meio quilômetro de altura mergulhados diretamente no oceano, cercados de cascastas e com águas de cor azul e esmeralda.
Faça um passeio de barco ou balsa pelos estreitos corredores e deixe-e encantar pela paisagem de beleza estonteante.
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Parque Nacional de Yosemite, EUA
Sequóias antigas, monólitos de granito, florestas densas, vales profundos e cascatas monumentais compõe o cenário grandioso do Parque Nacional de Yosemite. Além da diversidade geológica e biológica, Yosemite também foi habitado por humanos há cerca de 10.000 anos. Traços de tribos indígenas, que se autochamavam Ahwahneechee, podem ser encontrados no parque. No Vale Yosemite, pode-se visitar um vilarejo reconstruído, com direito a saunas, casas de cerimoniais e a casa do chefe. Basta optar por abraçar uma árvore de sequóia de 2.000 anos, subir no Half Dome ou fazer um picnic nos campos de El Capitan… em Yosemite, o que não falta é inspiração.
Delta do Danúbio, Romênia
O Danúbio, segundo maior rio da Europa, corre por 10 países antes de desaguar no Mar Negro, formando um delta de pântanos, junco, infinitas hidrovias cobertas por vitórias-régias e margens alinhadas com salgueiros e álamos.
Considerado um dos deltas mais diversos e intactos do mundo, o Delta do Danúbio é um paraíso para os amantes da natureza e dos pássaros. Mais de 300 espécies vivem por lá – destaque para o o pelicano branco, que reina absoluto.
Faça um passeio de barco pelos rios tranquilos e tente avistar o maior número de pássaros possível. Termine sua visita com uma passada pelos vilarejos pouquíssimo habitados que ainda mantêm um toque tradicional: casinhas coloridas, celeiros de animais com telhados de palha vermelha e casas-barcos modestas.
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Lago Baikal, Rússia
O maior de todos os lagos, o Lago Baikal está situado nos arredores da Sibéria, e é o lago mais antigo, profundo e com maior volume de água doce no mundo.
Em forma de uma banana, o lago tem água azul clara e profunda, onde as moram únicas focas de água doce do mundo – as nerpas. Como eles vão parar no Baikal, é um mistério: a teoria mais aceitável diz que as nerpas descendem da foca-anelada e foram isoladas lá há meio milhão de anos.
Dois lados bem distintos do lago e seus arredores são vistas no verão e no inverno. O verão é a época para atividades como trekking, escalada, acampamento e pesa; já nos meses de inverno, o lago congela por completo, criando uma camada grossa de gelo transparente.
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Mistaken Point, Canadá
Recentemente adicionado à lista de Patrimônios da Humanidade da UNESCO, o Mistaken Point, na ponta sul de Newfoundland, é conhecido por seus inúmeros e extremamente bem preservados fósseis. Por terem sido cobertos por camadas de cinzas vulcânicas, foi possível estimar a idade deles – algo entre 565 milhões de anos, sendo, portanto, os mais antigos e raros de sua espécie.
O nome do local vem do fato de que os marinheiros, especialmente no tempo nublado, achavam que o local era o Cabo Race, ali próximo. Eles viravam ao norte e esperavam chegar na Cape Race Harbour, mas ao invés disso davam de cara com as rochas.
Desde que tornou-se um patrimônio da UNESCO, a visitação tornou-se possível através de tours guiados, então não deixe de agendar com antecedência.
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Baía de Ha Long, Vietnã
Diz a lenda que um grande dragão desceu da montanha em direção ao oceano, esculpindo os imensos pilares de pedra e as ilhotas que formam a Baía de Ha Long. Localizado no Golfo de Tonkin, Ha Long está entre as principais atrações turísticas do Vietnã – não é à toa já que suas 1.600 ilhas e ilhotas formam uma paisagem mística que deixa qualquer visitante boquiaberto, tamanha a beleza. A maioria das ilhas é completamente inabitada e, portanto, intocada pelos humanos. A época mais popular entre os turistas é entre maio e agosto. Mas se você visitar entre janeiro e março, a neblina típica vai adicionar uma aura extra de mistério à beleza estonteante desse lugar.
High Coast/Arquipélago Kvarken, Suécia/Finlândia
Apesar de situadas em lados opostos do Golfo de Bótnia, a High Coast (Suécia) e o Arquipélago Kvarken (Finlândia) aparecem juntos na lista da UNESCO, pelos processos geológicos similares pelos quais foram formados. É difícil imaginar que áreas prósperas pelos esforços humanos – agricultura, pesca, turismo – um dia foram cobertas por imensas massas de gelo espesso que derreteram ao longo de milhares de anos e permitiram que a terra brotasse. Em nenhum outro lugar do mundo, tanta massa de terra nasceu do que aqui – 283 metros acima do mar – e continua a crescer ano após ano. As diversas colinas, campos, lagos, cavernas e baías são testemunhas desse extraordinário processo.