preloaddefault-post-thumbnail

O mundo é inevitavelmente dividido em seções, de continentes a países, de estados a regiões. Explore novos destinos para abrir o seu mundo, e cruze incríveis fronteiras pelo mundo, todas belíssimas e por vezes até dentro de uma mesma cidade!

Quando for visitar esses países fronteiriços, confira sempre com antecedência se é necessário visto para cruzá-lo e garanta sempre os carimbos dos dois lados. A seguir, inspire-se com 10 fronteiras internacionais para cruzar e se encantar.

Rio Guadiana – Espanha e Portugal

Aventurando-se na tirolesa Límitezero na fronteira entre Espanha e Portugal © Límitezero

Em dúvida entre as deliciosas comidas e o clima maravilhoso dos dois lados dessa fronteira? Que tal então cruzar a fronteira entre Espanha e Portugal mais rápido do que você possa terminar um prato de cataplana de marisco (típico do Algarve)?

A dica é o Límitezero, uma tirolesa de 720 metros sobre o Rio Guadiana, que leva o visitante de Sanlúcar de Guadiana, na Espanha, até Alcoutim, em Portugal, onde você não apenas cruza uma fronteira, mas também um fuso horário! Por ser uma hora a menos em Portugal, você terá minutos de sobra na chegada para tomar sol na praia fluvial, antes de voltar para o rio num passeio de balsa.

Monte Evereste – Nepal e China

O famoso pico não parece tão distante do Campo Base do Everest, na Nepal

Somente os bravos e ambiciosos aventureiros terão a chance de cruzar a fronteira internacional mais alta do mundo. Situada entre a China e o Nepal, a fronteira divide o pico do Monte Everest a 8.848 metros.

Não que seu passaporte vá ser carimbado lá em cima – não há postos de controle – mas se você estiver andando pelo Acampamento Base Norte (no lado chinês), será solicitado um Passe de Fronteira e uma Permissão de Viagem para Estrangeiros, além da também exigida Permissão de Viagem pelo Tibete e visto chinês. O Acampamento Base no lado do Nepal (que exige menos permissões – entrada no Parque Nacional e permissão para escalar, além do visto) é pouca coisa menos desafiadora, mas bem mais popular, com dezenas de milhares tentando atravessar todos os anos.

Independente de qual lado você escolher para subir, prepare-se para as condições severas do clima e o mal-estar causado pela altitude, se quiser aproveitar o nascer do sol colorido e a visão das barracas dos que alcançaram o topo desde 1953.

Fronteira de Wagah – Índia e Paquistão

A multidão acompanha as comemorações das relações entre Índia e Paquistão, em Wagah

Uma das fronteiras com mais conflitos históricos no mundo – estendendo-se por 3.323 quilômetros, e visível do espaço por causa dos holofotes que a iluminam – a fronteira entre Índia e Paquistão merece estar no topo da sua lista das fronteiras mais incríveis para visitar. Todo fim de tarde na Grand Trunk Road, uma imensa rua que liga a Índia e o Paquistão, a acontece uma cerimônia celebrando as relações amistosas entre os dois países.

Os moradores da Índia sentam-se de um lado da fronteira Wagah, e os do Paquistão do outro, testemunhando a abertura dos respectivos portões dos países com soldados de ambos os lados marchando com orgulho, e culminando no hasteamento simultâneo das suas bandeiras. A emoção toma conta das multidões que aplaudem quando dois soldados apertam as mãos e fecham os seus portões.

Canusa Avenue – Canadá e EUA

A fronteira que separa o Canadá e os EUA em Vermont é simbolizada por uma sequência de vasos de plantas

Caminhar pela Canusa Avenue (ou Rue Canusa, se estiver em solo canadense) é a introdução perfeita para mostrar o que enfrentam os moradores da fronteira canadense-americana, entre Québec e o estado de Vermont. Para seguir as regras completamente, visitar os vizinhos requer um check-in no posto de controle de fronteiras no final da rua.

A linha pode não ser muita clara entre os dois países, mas ela é visível e tratada de forma cômica na Haskell Free Library and Opera House. Construída na fronteira em 1901 como um espaço comunitário de cultura, a biblioteca abrange os dois países, com apenas uma discreta demarcação no chão para mostrar qual parte do prédio pertence a qual país. As portas de entrada são no lado americano, e andar de um corredor ao outro é praticamente um passeio internacional.

Cataratas do Iguaçu – Argentina e Brasil

Pausa na Tríplice Fronteira no Paraguai, para ver Argentina e Brasil e os outros lados do rio

Se ver toneladas de água jorrando em barrancos sem fim não for atração suficiente para você, que tal cruzar uma ponte que une dos dois maiores países da América do Sul? É o que você terá à disposição quando visitar as Cataratas do Iguaçu. Não há grandes problemas para cruzar a fronteira, já que os ônibus e táxis locais não precisam parar nos controles de fronteira, a não ser que você peça; mas é preciso pegar o carimbo na entrada e na saída, se não quiser pagar uma multa.

As cidades em ambos os lados – Foz do Iguaçu, no Brasil e Puerto Iguazú, na Argentina – são ambas charmosas e merecem uma visita. Outra atração imperdível é o passeio de barco até a Garganta do Diabo, para ver toda a grandeza das cataratas. Em ambos os lados, as passarelas permitem o visitante sentir de perto toda a magnitude dessa força da natureza.

Não muito longe das cataratas, os dois países se encontram com o Paraguai, formando a Tríplice Fronteira, no encontro dos rios Iguazú e Paraná. Para imortalizar a visita, cruze as icônicas Ponte Tancredo Neves (Brasil-Argentina) e a Ponte da Amizade (Brasil-Paraguai).

Trilha Cortina de Ferro “Eurovelo 13” – Hungria, Áustria e Eslováquia

Pedalando pela Áustria ao lado da trilha Cortina de Ferro – a Eurovelo 13

Perto de Rajka, na Hungria, a poucos quilômetros das margens do rio Danúbio e estendendo-se pelo leste da Eslováquia, é onde as três fronteiras da Hungria, Áustria e Eslováquia se interconectam. Onde antes o continente era divido entre leste e oeste pela Cortina de Ferro, hoje há uma mesa de piquenique triangular uniando as três nações, no coração de um parque de esculturas tricultural.

Famoso pit-stop entre os ciclistas que cruzam os 6.800 quilômetros da região, a Trilha da Cortina de Ferro, também chamada de Eurovelo 13, segue ao norte, cruzando a fronteira da Eslováquia até Bratislava; e ao sul da fronteira húngara, até a cidade de Bezenye, que resume perfeitamente a mistura cultural e histórica com seus três nomes diferentes: Bezenye (húngaro), Bizonja (croata) e Palersdorf (alemão).

Monumento das Quatro Esquinas – Arizona, Colorado, Novo México e Utah, EUA

Pule de braços abertos para alcançar as quatro esquinas americanas ao mesmo tempo © Jeff_Terrell

Pela tarifa de $5 (em dinheiro), paga na entrada em Teec Nos Pos, no Arizona, faça um “passeio” por quatro estados americanos ao mesmo tempo: Arizona, Colorado, Novo México e Utah. Ainda que o ponto de encontro de fato das esquinas dos estados tenha sido incorretamente marcado em 1868 em cerca de 550 metros, o monumento que simboliza o encontro atrai muitos visitantes curiosos em road trip pelos EUA.

Ao redor do monumento fica uma região mergulhada na herança dos Pueblos, com resquícios arqueológicos dos idos de 1200 a.C., como as ruínas de povoados no Monumento Nacional Hovenweep, em Utah. Não vão faltar outras opções interessantes para visitar nos outros estados, como Monument Valley, em Utah, e as colinas de pinheiros do Navajo Lake State Park, no Novo México.

E não deixe de fazer a tradicional foto de braços e pernas abertas, tocando em cada uma das esquinas/estados!

Cidade do Vaticano – Roma, Itália

Envie seu postal no posto dos correios do Vaticano, um incrível suvenir quando estiver na Cidade do Vaticano

Dentro da cidade de Roma, fica outra cidade própria – a Cidade do Vaticano, que circunda a Cidade-Estado do Vaticano. Também considerada a menor e menos populosa nação do mundo, como sede da Igreja Católica, o poder da Cidade do Vaticano é mesmo inquestionável. O acesso, porém, é relativamente fácil, com apenas um ponte de checagem de segurança, com detector de metal, separando você da Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, do resto de Roma.

Dentro dos muros da cidade, você encontra o básico de uma cidade moderna, incluindo um posto de correios, uma rádio e uma farmácia. Ah, e aproveite para usar aquelas aulas de latim do colégio, já que esta é uma das línguas oficiais da cidade.

Nova e Velha Sarajevo – Bósnia-Herzegovina

O encontro de culturas, onde a velha e a nova Sarajevo se cruzam

As consequências da guerra da Bósnia pela independência, entre 1992 e 1995, estão presentes quando você caminha pela capital Sarajevo. Ao longo da cidade, as Sarajevo Roses — cicatrizes de resina vermelha originárias de explosões de morteiros — lembram os visitantes e moradores das tragédias que ali aconteceram. Ainda que não seja uma fronteira internacional entre dois países, na Rua Ferhadija há um marca no chão que indica “Sarajevo Meeting of Cultures” (Encontro de Culturas em Sarajevo), marcando a fronteira entre as duas culturas dominantes que formaram a cidade.

Ao redor do local, a arquitetura é especialmente diferente. Olhe para o passado no Leste, por uma rua de herança islâmica e otomana, a começar pelos muros de pedra do Bazar de Gazi Husrev-bey. No Oeste, a modernidade é estampada pelas fachadas lustrosas das lojas, que definem o contraste o contraste da influência da cultura ocidental.

Hemisfério Norte e Sul – Mitad del Mundo, Equador

Pisando, literalmente, na metade do mundo, na latitude zero no Equador

Não é preciso passaporte aqui, já que você não estará cruzando fronteiras internacionais, mas sim uma divisa geográfica. O local é apropriadamente chamado de a cidade da Mitad del Mundo (metade do mundo), no Equador. Lá, você poderá pisar sobre um monumento instalado em ambos os Hemisférios Norte e Sul ao mesmo tempo – ou algo assim.

Similar às fronteiras das Quatro Esquinas americanas, a exata da posição da fronteira entre os hemisférios diverge em algumas centenas de metros. Mas o monumento e sua brilhante linha amarela foram postos no local onde se acreditava ser a de latitude zero. O simbolismo e o fascínio permanecem.

Procurando mais dicas de viagem? Veja como fazer diferença fazendo trabalho voluntário no exterior enquanto viaja e também dicas para se tornar um nômade digital e trabalhar viajando.

Sobre o autor

Fanny OlhatsRodeada de marcadores e badulaques coloridos, Fanny está sempre escrevendo alguma coisa interessante sobre viagens. Semi-nômade e sonhadora em tempo integral, ela está sempre fuçando no Instagram para achar sua próxima inspiração de viagem. O que não pode faltar na sua mala de mão? Bloquinho de notas, lápis, chocolate e um livrinho com as 101 melhores piadas de “o que é, o que é?”.

Explore outros artigos