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São vários os fatores que, juntos, podem fazer um destino receptivo para o público LGBTQ. Da sua história às leis locais e a opinião pública, são muitos aspectos a considerar. Aqui estão algumas ideias do que pode ser um destino gay-friendly, além de algumas considerações tanto para solteiros quanto casais.

Grandes cidades

Levando a bandeira com orgulho na Gay Pride de San Francisco

Quando se pensa nos locais mais gay-friendly do mundo, a maioria imediatamente lembra das grandes cidades: San Francisco, Buenos Aires, Berlim, Londres, Sydney…

As capitais tendem mesmo a ser os melhores locais para encontrar uma comunidade LGBTQ aberta e engajada por razões históricas (são geralmente os locais onde a cena gay começou), e também por simples questão de escala: a maior concentração de pessoas nas cidades leva a uma significativa população LGBTQ. Como resultado, é maior a probabilidade de haver negócios como cafés, bares, clubes, saunas, hotéis e lojas focadas nesse público.

Há, claro, exceções a essa generalização. Lugares como Sitges (Catalunha), Mykonos (Grécia), Palm Springs (Califórnia), Maui (Havaí), Key West (Flórida) e Puerto Vallarta (México) são todos exemplos de locais menores, a maioria à beira-mar, que oferecem um clima bem mais relaxado do que nas grandes cidades, e ainda assim extremamente gay-friendly.

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Casamento igualitário e outros direitos iguais

Dizendo “sim” durante a parada gay de San Francisco

Países cujos governos estenderam os mesmos direitos à população LGBTQ que o resto de seus habitantes tendem a ser melhores destinos para os viajantes queer. Atualmente, são 20 os países que possuem casamento igualitário (entre pessoas do mesmo sexo): África do Sul, Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Islândia, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suécia e Uruguai.

Ainda que nenhum deles esteja perto de ser considerado uma utopia para o povo LGBTQ – onde não haja qualquer forma de discriminação – eles certamente avançaram um passo quanto a reconhecer seus habitantes como iguais. Isso significa que como visitante, em teoria, você deva ser menos vítima de homofobia. Todos esses países também possuem uma cena gay ativa, algumas mais mainstream que outras, e seus habitantes são, em geral, mais receptivos ao público gay.

Para os visitantes trans*, países cujos governos garantam direitos mais progressivos a indivíduos que fizeram ou estão em transição, costumam ser mais trans*-friendly, tais como Argentina, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Irlanda, Malta e Suécia. Isso significa que em países como estes, é comum ver membros da população trans* mais felizes e com menos barreiras para enfrentar enquanto visitantes do que em países com leis menos progressivas nesse sentido.

Considerações para solteiros

O que torna um bom destino gay-friendly para solteiros pode divergir de outros grupos, especialmente se você viaja sozinho e em busca de fazer amigos ou até um romance de férias.

Se preferir um destino menor e quem sabe um local com praia, locais com uma cena gay de festas ou resorts exclusivos para homens são boas dicas, como as Ilhas Canárias, a Riviera Mexicana, as ilhas no Golfo da Tailândia ou as Filipinas. Nesses tipos de lugares, você verá muitos outros solteiros procurando amizades, conexões, encontros ou quem sabe até casamentos!

Por outro lado, se você gostar de história, vida noturna, gastronomia e oferta cultural em locais onde você poderá facilmente encontrar outros gays, considere uma cidade grande com uma forte reputação LGBTQ-friendly. Aquelas listadas acima são um bom começo!

Aceitação da opinião pública

Passeando pelos bares de ‘Boyz Town’ em Bangkok

Ainda que seja óbvio que um lugar onde o público LGBTQ tenha os mesmos direitos, estatutos e proteções que todo o resto seja um bom destino para o viajante gay, se a opinião pública não coincidir com essas leis, a realidade pode ser bem diferente. Claro que o oposto também é possível, onde a postura popular em relação à comunidade LGBTQ entre os locais seja a frente da lei e ser abertamente gay é aceito pela maioria.

Um exemplo de país onde esse é o caso é a Tailândia, onde não há leis em vigor que protejam os direitos gays, assim como acontece na maioria dos países ocidentais. Entretanto, casais do mesmo sexo andando de mãos dadas em público é considerado algo completamente normal e não algo escandaloso, fazendo da Tailândia um destino fácil para casais homoafetivos. Generalizando, vários outros países budistas são similares nesse sentido, como Camboja, Laos, Taiwan, Sri Lanka e Japão, ainda que em nenhum deles haja leis para casamento igualitário, por exemplo.

Há também vários casos de lugares onde, pelo fato de ser estrangeiro, você não poder ser encarado da mesma forma que um morador local, e um comportamento que difere do tradicional do gênero é tolerado e até respeitado, enquanto que para os moradores ainda é considerado tabu. Tais lugares incluem as Filipinas e o Peru, por exemplo, e mais em geral, outros vários países católicos que ainda não adotaram o casamento gay, como Colômbia, Costa Rica ou Polônia.

Considerações para casais

O amor está no ar durante a parada gay de San Francisco

Provavelmente a maior consideração para casais do mesmo sexo determinarem se o destino será um bom lugar para férias é a segurança: você se sentirá seguro e confortável ao demonstrar afeto ao seu par em público? Claro, como um viajante solo, você chama menos atenção do que um casal, então isso é algo particular para casais em viagem.

Em muitas partes do mundo, você vivenciará isso diferentemente, dependendo se você estiver como casal de homens ou mulheres. Isso porque demonstrações de casais femininos são comumente considerados mais aceitáveis, já que lésbicas podem ser vistas como amigas ou parentes em muitas culturas.

Casais masculinos que demonstrem afeição um pelo outro podem chamar mais atenção negativa. Preste atenção extra onde o comportamento homossexual é considerado crime, que pode ser punível de multa, prisão ou até morte. Isso inclui diversas partes do sul da Ásia, Oriente Médio, regiões central e leste da África e o Caribe. Portanto, é preciso estar atento às leis locais antes de visitar um novo destino, em caso de dúvida, consulte o site oficial de turismo do seu país.

Leia mais: 7 dicas para sobreviver a sua primeira viagem a dois

O drama da cama de casal…

Uma consideração menos séria mas ainda importante para os casais é o tal drama da cama de casal. Reservar um quarto de hotel com cama de casal vai causar confusão, preconceito ou mesmo rejeição por parte dos funcionários? Isso, claro, vai depender para onde você está indo; mas supondo que você esteja em um país onde comportamento homossexual não é ilegal, simplesmente ser claro, insistente e educado durante o check-in caso haja problemas, vai ajudar e muito.

Por fim, para casais monogâmicos, lembre-se que apps de paquera como Grindr, Gay Romeo, Manhunt, Tinder, HER ou Hinge também podem servir para encontrar pessoas, não necessariamente para sexo. Plataformas como essas podem ser uma ótima maneira de conhecer gente local e obter dicas dos melhores lugares para sair, além de informações sobre como é viver lá como membro da comunidade LGBTQ.

Sam Wood é um escritor inglês de viagens que mora em Berlim. Para mais dicas de viagem LGBTQ, confira o blog dele Indefinite Adventure.

Sobre o autor

David RichDavid está no momondo há bastante tempo, e tem uma queda por vinhos frutados e músicas-chiclete. Já viajou por grande parte do mundo, e chegou à conclusão que a Europa – em especial, o leste europeu – é seu lugar preferido. As férias perfeitas de David incluem uma visita a um grande memorial de guerra, um tour para explorar arquitetura art-déco e dirigir à noite pelas cidades.

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