Globetrotter pode ser traduzido como ‘andarilho’ ou ‘pessoa que percorre o mundo’. A Amanda percorre o mundo sozinha, e divide suas histórias no blog Amanda Viaja. Confira a nossa entrevista com ela.
1. O que viajar representa para você?
Viajar representa a minha personalidade porque sou super curiosa, super inquieta, e não gosto de dias iguais. Tenho curiosidade para saber como é um lugar diferente de onde eu vivo, como as pessoas vivem naquele lugar, como que as coisas funcionam por lá, então acho que viajar virou parte de mim. Sou essa pessoa que vai de um lugar para outro, que está sempre se movimentando.
2. Quando e qual foi o destino para onde você viajou sozinha pela primeira vez?
A minha primeira viagem sozinha foi para São Francisco, nos Estados Unidos, em 2008. Eu já morava nos Estados Unidos, trabalhava lá. Era feriado, eu não tinha companhia para viajar, e decidi ir sozinha. Assim começou uma nova era na minha vida.
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3. Por que você viaja sozinha? Como isso te enriquece?
Eu comecei viajando sozinha porque não tinha companhia. Eu sou muito racional, então penso: “se você está com vontade de viajar e não tem companhia, não vai ficar em casa esperando, pegue as suas coisas e vá!” Se eu quero viajar e não tenho companhia, eu vou sozinha e é isso! Viajar sozinha me enriquece porque é uma coisa que aumenta a independência. A maior riqueza de viajar sozinha é descobrir que você não precisa de ninguém para realizar um sonho seu, que pode ser uma viagem.
4. Você poderia contar algo que aconteceu numa das suas viagens que impactou a forma como você viaja?
Eu não tenho nenhum acontecimento específico para contar, acho que a gente vai ganhando experiência com o tempo. O que acho que acontece com quem começa a viajar sozinha é pensar que tem que fazer amizade, conhecer as pessoas, e acho que você não precisar falar com ninguém se não quiser. Viajar sozinha não é sinônimo de viajar para conhecer gente ou viajar para pensar na vida, não é isso. É simplesmente uma atitude. Com a experiência, eu fui entendendo que viajar sozinha é vida normal. Se eu conheço pessoas, tudo bem; se eu não conheço, tudo bem também. É preciso deixar a viagem fluir. Isso eu fui aprendendo: não tem nenhuma regra, tem que deixar a viagem rolar.
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5. Qual é o destino perfeito para uma globetrotter e por quê?
O destino perfeito é aquele que você quer ir. É aquele que não interessa se está na moda ou não, se é barato ou não, se tem promoção ou não, é aquele que você tem vontade de ir. Quando me perguntam: “tenho essa quantia x de dinheiro que me permite ir para Santiago, mas meu sonho é ir para a Europa, o que faço? Vou para Santiago ou junto mais dinheiro para ir para a Europa?” Minha resposta é: guarda essa grana e vai para a Europa que é o seu sonho! Se você for para Santiago, você não vai conseguir realizar a sua vontade que é de ir à Europa. Então o melhor lugar é sempre aquele que você está realmente com vontade de ir.
6. O que te motiva a explorar o mundo? Qual foi a experiência mais marcante que já viveu?
O que me motiva é conhecer culturas diferentes e sair da minha zona de conforto. Não é exatamente tirar férias, chegar em um lugar e descansar. O que me satisfaz hoje é descobrir lugares que não faço ideia de como são, e é sempre uma surpresa. Você encontra normalmente coisas que não fazem parte do seu dia a dia, que te tiram da sua zona de conforto. É muito difícil citar apenas uma experiência marcante.
Recentemente, por exemplo, eu estive nas Ilhas Falklands, as Malvinas, e aí eu almocei no meio da vida totalmente selvagem, observando leões marinhos na minha frente. Também estive no festival das lanternas, na Tailândia, em que todo mundo solta aquelas lanternas ao mesmo tempo: foi incrível, um dos momentos mais lindos que já vivi! Safari também foi uma coisa que amei muito! Teve um cruzeiro no Mediterrâneo em que encontramos um vulcão em erupção no meio do mar à noite. Tem muita experiência marcante! E tenho certeza que devo estar deixando alguma de fora…
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7. Como é percebido no Brasil o fato de uma mulher viajar sozinha?
Eu não vejo preconceito, nunca senti que as pessoas olham com maus olhos. O que eu percebo é que tem muitas mulheres que gostariam muito de fazer isso, e ainda não se sentem preparadas, ainda não têm a coragem necessária. Cada um tem um perfil. Muitas mulheres se questionam, e acho que é um processo natural. Então o que eu vejo é que as mulheres aqui têm muita vontade, o que eu acho um máximo porque quer dizer que já pulamos a barreira do preconceito, e elas estão na fase de criar coragem e ir.
8. Numa frase, o que diria para inspirar outras mulheres a viajar sozinhas?
Você não precisa de ninguém para realizar o sonho de uma viagem. E essa é a melhor parte.
9. Para que estilo de mulher a viagem sozinha é perfeita?
Eu acho que viajar sozinha realmente não é pra todo mundo. Não porque as pessoas não têm capacidade, mas porque é questão de perfil. Às vezes, tem gente que não curte ficar sozinha e quer alguém para compartilhar. Várias mulheres já me escreveram falando: “viajei sozinha, mas não gostei, prefiro viajar acompanhada mesmo”, e tudo bem. Viajar sozinha é perfeito para toda mulher experimentar, mas é super normal se esta experiência não for para você.
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10. Quais são os teus conselhos para organizar uma viagem sozinha?
Meu conselho para quem está começando é o seguinte: primeiro faça coisas sozinha na sua própria cidade, perto de você. Vá ao cinema sozinha, vá jantar sozinha, faça coisas sozinha dentro da sua zona de conforto para ver como você se sente, para se habituar com aquilo. Depois, ouse mais, vá para uma cidade próxima, faça um bate e volta, veja como se sente. As pessoas falam muito do tema segurança, mas não é só segurança, o maior medo é chegar em um lugar e sentir-se sozinha. Então eu acho que é preciso estar preparada psicologicamente: tem que saber se curtir, se entreter, se divertir sozinha.
A outra dica que posso dar é escolher um lugar fácil para a primeira vez, não viajar para um lugar que tem uma logística complicada de planejamento, ou um país um pouco mais perigoso. Então, se você não fala inglês, vá para um lugar de língua espanhola, que a gente consegue entender, ou outro lugar dentro do Brasil. Comece por um lugar fácil, e depois, se você curtir mesmo, você vai se arriscar pelos lugares mais complexos.
*Leia mais sobre as viagens da Amanda no blog Amanda Viaja.
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