Sempre quis prever o futuro? Ok, não somos exatamente médiuns ou adivinhos, mas podemos revelar as últimas tendências e previsões de viagem para 2017, baseados em pesquisas dentre os líderes da indústria. Se está curioso sobre como a variação no preço das passagens aéreas e hotéis pode afetar seus planos futuros de viagens, a gente mostra tudo para você.
A seguir, detalhamos o que as companhias aéreas, de hotéis e transporte terrestre em todos os continentes estão projetando para 2017. Essas tendências de viagem são baseadas no Prognóstico da Indústria de Viagem 2017 da Advito, uma firma de consultoria especializada em viagens corporativas e administração de custos.
Europa
Apesar das turbulências econômicas e políticas na região, os viajantes podem esperar um mercado de viagem estável na Europa, e um aumento de voos e hospedagens baratos. Muitas companhias aéreas low-cost continuarão oferecendo tarifas atraentes no próximo ano, o que fez com que companhias maiores passassem a investir mais em suas próprias companhias “budget”, como a Eurowings da Lufthansa, e a Transavia da KLM.
Curiosamente, reservar um voo de longa duração com conexão no Oriente Médio ou Istambul é uma forma ainda mais barata para viajar na Europa. Isso porque muitas companhias europeias estão perdendo espaço no mercado para empresas do Oriente Médio, que costumam operar aeronaves mais novas e maiores, que podem transportar mais passageiros a preços bem menores.
As tarifas de hotéis subiram em cidades grandes como Londres, Amsterdam e Zurique, mas a boa notícia é que há mais opções baratas aparecendo no mercado, com os AccorHotels da rede Ibis e a cadeia Motel One.
América do Norte
Voos pelos Estados Unidos e Canadá estão testando o modelo “você paga pelo que recebe”. As três grandes empresas do continente – American, Delta e United – estão competindo com as companhias low-cost não apenas ao substituir as aeronaves velhas por mais novas, mas também ao introduzir tarifas básicas que não incluem assento marcado, bebidas grátis ou trocas de itinerário gratuitas.
Então dê adeus à latinha grátis de Coca-Cola! O relatório também mostra que comprar uma bilhete multi-cidade, do tipo Nova York para Miami e depois Miami para Los Angeles costuma ser mais caro do que comprar dois voos separados.
Enquanto as companhias aéreas norte-americanas continuam a oferecer tarifas mais baratas, as diárias de hotéis nos EUA devem aumentar em torno de 5-6%. Além disso, mais e mais redes hoteleiras estão adotando novas estratégias de administração, tais como taxas de resort e de cancelamento/mudança na estadia.
América Latina
Cuba vive uma fase Cinderella. A ilha viu um aumento em visitantes estrangeiros no ano passado, graças aos 22 voos diários que vêm dos EUA. Seis novas companhias aéreas devem ganhar aprovação para voar para nove outras cidades cubanas no começo do ano. Já o Brasil e a Venezuela veem situação oposta. Ambos os países viram a demanda por voos regionais decrescer, graças à recessão política e econômica.
Viajantes a negócios poderão ter dificuldades em viajar para a Venezuela, já que muitas companhias planejam suspender voos para aquele mercado.
A demanda por hotéis também segue em baixa, exceto na Colômbia. As redes hoteleiras locais reinam soberanas na América Latina, mas redes internacionais começam a mostrar interesse em expandir suas marcas no mercado em um futuro próximo. Os hotéis existentes estão prestando atenção e adaptando suas instalações e serviços, como melhoria de Wi-Fi e novos centros de negócios.
Oriente Médio
Enquanto os viajantes continuarem a se sentir confiantes quanto à segurança nos países do Golfo Pérsico e arredores, a demanda por hospedagem no Oriente Médio segue em alta, resultando em um aumento de 2-4% nas tarifas de hotéis. A maioria dos hotéis se enquadra na categoria luxo, mas opções alternativas como casas e apartamentos compartilhados vêm atraindo mais e mais interessados.
Pelos céus, Emirates, Qatar e Etihad continuam a expandir suas frotas na Ásia e nos EUA, o que resulta mais opções de voos e rotas entre essas regiões em 2017. No momento, as tarifas para o Irã estão especialmente caras devido à alta demanda e opções limitadas. Entretanto, os preços devem baixar, já que as companhias começam a retornar ao mercado.
British Airways e Air France já passaram a voar para as principais cidades, como Teerã. Já os viajantes business dentro do Oriente Médio devem ver um pequeno aumento nas tarifas se estiverem voando para outro destino no Oriente Médio ou para o Sudoeste do Pacífico.
O primeiro trem de alta velocidade na Arábia Saudita deve ser lançado em 2018, então os visitantes deverão esperar mais um ano pelo menos para um bilhete expresso para a rota Meca-Jidá-Medina. A estimativa é que a linha transporte mais de 50 milhões de passageiros por ano.
Ásia
As viagens a lazer só crescem pela Ásia, o que deve levar a um aumento de rotas aéreas diretas. As companhias também devem manter as tarifas baixas, com descontos e promoções para manter as aeronaves cheias. A lei do 5/20 na Índia, que impede as companhias de lançar rotas internacionais antes de operar por 5 anos e com pelo menos 20 aeronaves, será amenizada, e os viajantes podem esperar por tarifas mais baratas, já que essas companhias passarão a voar para o exterior.
O Japão segue como “hotspot” para os viajantes internacionais, vendo não só um crescimento do número de visitantes estrangeiros, mas também 14% de aumento no preço dos hotéis no ano passado, tendência esta que deve continuar. Da mesma forma, diárias de hotéis na Malásia e nas Filipinas devem subir entre 2-4%.
Comparado à Europa e à América do Norte, os aplicativos de transporte personalizado (conhecidos como ride-hailing apps) dominam na Ásia. Empresas como Didi Chuxing, Ola e Grab estão ganhando popularidade e disponíveis em centenas de cidades da região. Para os que preferem viajar de trem, novas rotas em trens de alta velocidade devem aparecer pela China, Japão, Taiwan e Coreia do Sul.
África
Se você planeja uma viajante de vários países pela África, fique alerta, pois voar dentro do continente continua bastante caro. Isso por causa da limitação de serviços e desafios variados, como custos operacionais altos e regulações restritas para as operadoras. As tarifas devem seguir altas, mas não devem aumentar mais de 1%.
Se preferir não voar, fique de olho em companhias tipo Uber, como Taxify, Mondo Ride e Afro, entre outras. Esses aplicativos oferecem tarifas baixas com melhor compensação para motoristas, na tentativa de competir com os grandes do setor, principalmente o Uber. O aluguel de carros é bastante comum e acessível na África do Sul, portanto considere fazer uma road trip por todo o país! Por outro lado, alugar carros não é tão comum fora da África do Sul, e a tendência é de não aumentar.
Sudoeste do Pacífico
Com suas praias infinitas e altas temperaturas o ano todo, quem não gostaria de explorar todos os cantos da Austrália? Ao que parece, ninguém. Os voos domésticos pelo país nunca estiveram tão cheios, e os preços médios das passagens não estão aumento muito.
Os hotéis voltaram a subir em torno de 2-4% pelo país, e as diárias em Sydney devem aumentar ainda mais. Por falar em Sydney, a ocupação de hotéis raramente baixou de 90% no ano passado; então se você planeja uma viagem por lá, é sempre bom reservar com bastante antecedência. Na Nova Zelândia, a tendência deve ser a mesma, com tarifas de hotéis crescendo de 4-6% pelo país.
Companhias chinesas passaram a operar novas rotas tanto para a Austrália quanto Nova Zelândia, e a concorrência entre as empresas deve resultar em tarifas mais baixas. Muitas dessas rotas devem incluir cidades como Xiamen para Melbourne e Chongqing para Auckland.
2017 está com cara de ser um ano incrível para viajar. Preços de combustível mais baixos e a quase garantia de preços de passagens estáveis nos principais mercados globais mais baratas; e tarifas de hotéis subindo entre 1-3% em 2017, mas nada de assustar!