Há quem sinta que o tempo parou em Paraty, Rio de Janeiro. A cidade do litoral sul carioca com forte herança colonial fica perto do oceano, entre de dois rios e da Serra do Mar, e guarda belezas históricas e naturais na mesma medida. O ritmo do caminhar é mais lento pelas ruas de pedra pé-de-moleque, e carros sequer passam pelo lendário centro histórico.
Mas não se engane: a atividade cultural é das mais intensas, e a quantidade de praias e deslumbres naturais atraem gente do mundo todo, tornando a cidade efervescente e sempre com algo interessante para fazer.
Como chegar em Paraty
O aeroporto mais próximo de Paraty fica no Rio de Janeiro, a 256 quilômetros. Vindo de carro, o acesso é pela estrada Rio-Santos. Há opções de ônibus, oferecidos por empresas como Costa Verde e Colitur. Lembrando que é proibido o trânsito de automóveis no Centro Histórico – portanto, use sapatos confortáveis para andar pelas ruas de pedras. Para chegar às ilhas e praias, barcos e escunas são as melhores opções.
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Quando ir a Paraty
Se depender do clima, não há época ruim para visitar Paraty, já que as temperaturas são agradáveis o ano todo. Mas se a ideia é passar por lá nas datas mais movimentadas, há pelo menos três grandes festas em Paraty que merecem ser conferidas.
A maior, claro é a Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP, que reúne grandes escritores da literatura nacional e internacional, com palestras, debates, sessões de autógrafos e shows musicais – em 2017, acontece entre 26 a 30 de julho. Já a Festa do Divino acontece 50 dias depois da Páscoa, seguindo uma tradição portuguesa com fanfarra pelas ruas e uma grande procissão pelo Centro Histórico. E o Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty é outro evento tradicional da cidade, que acontece em agosto (datas de 2017 a confirmar), quando os principais alambiques da região vendem e oferecem degustações das famosas cachaças, e a programação inclui muitos shows locais.
O que fazer em Paraty
Centro Histórico
Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, o Centro Histórico de Paraty pouquíssimo mudou desde os séculos 18 e 19. Nas ruas de pedra irregular, não podem passar automóveis – no máximo passa uma charrete carregando casais de turistas deslumbrados com tanto charme.
Ou seja, nada melhor do que caminhar vagarosamente e apreciar a beleza dos casarões coloniais com suas portas de madeira, dos sobrados de janelas multicoloridas, dos cafés e restaurantes com mesinha na rua e de prédios históricos como a Igreja de Santa Rita, erguida em 1722.
Para aprender mais sobre tanta história, que tal fazer um passeio a pé guiado? O Free City Tour acontece todos os dias (exceto quarta-feira), com versões em português (às 10h30) e em inglês (17h), saindo da Praça da Matriz. Dica: escolha um hotel ou pousada no Centro Histórico, para vivenciar ao máximo o espírito colonial da cidade.
Praias e ilhas
Prepare-se para uma tarefa dificílima: escolher qual das mais de 60 ilhas e 90 praias visitar em Paraty. É verdade que a grande maioria fica afastada do centro e acessível somente de barco ou por meio de trilhas. Mas qualquer esforço vai valer e muito a pena!
A melhor dica é fazer passeios de escuna ou barco e percorrer diferentes ilhas. Há roteiros mais tradicionais, por praias mais próximas, até mais rústicos e aventureiros, mas quase todos com paradas para mergulho.
Os roteiros mais comuns passam pelas praias Vermelha e da Lula, e as ilhas Comprida e do Algodão. Uma opção bacana é ir até o Saco do Mamanguá, um braço de mar de oito quilômetros que avança sobre o continente e forma um fiorde, considerado o único no país.
Cachoeiras e piscinas naturais
Paraty também tem muitas e lindas cachoeiras, abençoadas pela Serra do Mar. Na estrada para Cunha, encontram-se quedas d´água que formam piscinas naturais absolutamente perfeitas para banhos. Alugue um jipe e percorra várias delas, como a Pedra Branca e Tobogã.
A Vila de Trindade, a cerca de 25 quilômetros do centro, é um recanto de beleza e rusticidade. Há diversas praias selvagens como a do Sono, do Cepilho, de Fora e a mais famosa – a do Cachadaço, que forma uma espetacular piscina natural, um dos cartões-postais da região. Não por acaso, a região atrai uma galera mais jovem e aventureira.
Esportes de aventura
Os fãs de hiking e caminhadas vão encontrar uma infinidade de opções de trilhas por Paraty. Uma opção bastante popular é a Travessia da Juatinga, com trilhas do tempo dos escravos, que passam por diversas comunidades caiçaras (onde pode-se hospedar e fazer refeições).
Para os adeptos da adrenalina, as opções de esportes de aventura também são variadas, indo do surfe à canoagem oceânica, da vela ao mergulho. Aliás, mergulhar nas águas cristalinas da Baía da Ilha Grande é programa imperdível – basta escolher uma das operadoras disponíveis na cidade. E prepare-se para encontrar pelo caminho, se tiver sorte, muitas tartarugas e golfinhos.
Teatro de Bonecos
Tradição cultural em Paraty há mais de três décadas, o espetáculo de bonecos “Em concerto” encanta diferentes gerações. Apresentado pelo Grupo Contadores de Estórias, que já passou por diversas temporadas internacionais, o show com bonecos de pano e espuma acontece no Teatro Espaço, todas as quartas e sábados, 21h. Dica: faça reserva para garantir um lugar.
Onde comer (e beber) em Paraty
É possível montar um roteiro gastronômico dos mais diversificados em Paraty, graças às variadas nacionalidades representadas nos restaurantes do Centro Histórico.
Mas nada como explorar a deliciosa culinária regional, que destaca os frutos do mar e a indispensável banana da terra. Há opções populares de restaurantes, como o Paraty 33, que lembra uma taberna antiga, com direito a música ao vivo; ou o Banana da Terra, romântico e com releituras modernas da cozinha caiçara.
Os fãs de cachaça não podem deixar de visitar um (ou alguns) dos alambiques da cidade. O Maria Izabel é o mais tradicional, produzindo a bebida em barris de carvalho e jequitibá. O Coqueiro é o mais antigo, comandado pela mesma família há cinco gerações. E no Engenho D’Ouro há um restaurante próprio.